terça-feira, 13 de março de 2018

Professor Gilbraz Aragão, fala sobre a realização do II Recital intitulado Fé na MPB


“A música é um grande mistério. Em virtude de sua natureza sensual-espiritual e da surpreendente união que ela realiza entre a razão e a emoção, o dia e a noite, ela é sem dúvida o mais profundo, o mais fascinante e o mais inquietante dos fenômenos” (Thomas Mann).

Na noite de 28 de março temos encontro marcado na matriz de Santo Amaro, em Taquaritinga: o segundo recital Fé na MPB, com Geraldo Maia. E já estamos entrando no clima da Paixão, ao lembrar da primeira edição, que foi um momento arrebatador: pela fineza artística e pela descoberta de um artista transcendental bem aí, em nossa terra.
A música foi o primeiro portal de transcendência humana. Daí sua presença tão fundamental nas várias religiões. E ela foi, também, a primeira porta para a ciência. Afinal, a Academia começou quando Pitágoras descobriu uma relação matemática entre som e harmonia, mostrando que os sons que chamamos de harmônicos obedecem a uma relação matemática simples.

Pois, o recital de Geraldo Maia em Taquaritinga vale por uma aula para se refazer as contas da vida, é um instante mágico de simplicidade intrigante: uma voz e um violão que ajudam a gente a pesquisar, a cantar para reencontrar, a harmonia da fé escondida na música popular brasileira, pelas paixões de quem ama e na paixão dos humilhados e sofredores. 

Sem dúvida, uma oportunidade pra quem quer se abrir para o mistério de reconciliação transformadora que Jesus encarnou e se revive na Semana Santa. Ali, na esquina violenta, está ele, e nos olha: naquela prisão, hospital ou favela. Onde a carne sofre, aí está o Cristo, crucificado. Onde a carne ama, cuida e se relaciona, aí está o Cristo, glorificado.
Gilbraz Aragão, professor.