E no próximo domingo (20) acontecerá
em Taquaritinga do Norte a XIII Cavalgada Ecológica. Os preparativos estão a
todo vapor, por parte da Secretaria de Turismo, Esporte e Desenvolvimento Econômico. Por este motivo procuramos o médico
veterinário Dr. Renan Fagundes, para saber algumas informações sobre a saúde dos
animais. Confiram as dicas e vamos juntos participar deste evento de sucesso
que movimenta o turismo ecológico de nossa cidade e oferta momentos de lazer e
descontração entre os participantes.
A cavalgada é um esporte equestre bastante difundido no mundo e recebe
várias denominações de acordo com a região (tropeada, romaria, comitiva,
exterior, etc.). Para que seja praticada com prazer, os animais devem estar em
bom estado de saúde antes, durante e após a cavalgada. Para que isso seja
garantido, aí vão algumas dicas importantes:
Alimentação:
A cavalgada se assemelha ao enduro equestre em relação ao tipo de exercício praticado pelo cavalo. Um exercício de baixa intensidade e de longa duração que tem como característica o metabolismo aeróbico, ou seja, os músculos queimam energia utilizando o oxigênio do ar respirado.
A cavalgada se assemelha ao enduro equestre em relação ao tipo de exercício praticado pelo cavalo. Um exercício de baixa intensidade e de longa duração que tem como característica o metabolismo aeróbico, ou seja, os músculos queimam energia utilizando o oxigênio do ar respirado.
A energia utilizada por esses músculos vem da queima de gordura
armazenada e dos ácidos graxos voláteis produzidos no intestino grosso por
bactérias a partir da fermentação das fibras do capim. Por outro lado, o
exercício praticado por animais de corrida, provas funcionais e salto tem como
característica a alta intensidade e a curta duração, sendo o metabolismo
muscular do tipo anaeróbico. Portanto, ao contrário do que se imagina, a
alimentação de cavalos de cavalgada deve basear-se não no fornecimento de
ração, mas em uma boa forrageira. Contudo, a ração também é importante para o
fornecimento da energia utilizada nas primeiras horas do exercício. Como fonte
de fibras fermentáveis, os fenos de gramíneas de boa qualidade são excelentes,
além da facilidade de armazenamento e transporte nos veículos de apoio às
cavalgadas. Na ausência do feno, um capim verdejante de boa qualidade fornecerá
a energia necessária para a maior parte dos percursos. Durante o fornecimento
do alimento, alguns cuidados devem ser tomados: Nunca coloquem vários animais para comerem juntos
livremente, pois a competição provoca brigas que podem causar ferimentos e
estragar seu passeio. Prenda cada um em seu cabresto em locais afastados uns
dos outros.Os animais devem ser adaptados à dieta. A adaptação
deve ser feita gradativamente ao longo de 1 ou 2 semanas.
A ração deve ser fornecida de acordo com o peso dos
animais. Cerca de 1 Kg de ração para cada 100 Kg de peso do animal. A
quantidade total deve ser dividida em no mínimo 3 refeições: antes, durante e
após o percurso.
Uma forma de diminuir o risco de cólica associada à ração é a colocação de óleo vegetal na dieta. Pode ser adicionado cerca de 50 ml de óleo para cada quilo de concentrado. Essa estratégia permite a elevação da energia da dieta sem aumentar o consumo de ração.
Forneça sempre um suplemento mineral balanceado misturado à ração em uma das refeições (cerca de 1 colher de sopa). Em dias muito quentes e úmidos ou quando o percurso for muito longo, o fornecimento de uma mistura eletrolítica durante o percurso pode ser útil.
Uma forma de diminuir o risco de cólica associada à ração é a colocação de óleo vegetal na dieta. Pode ser adicionado cerca de 50 ml de óleo para cada quilo de concentrado. Essa estratégia permite a elevação da energia da dieta sem aumentar o consumo de ração.
Forneça sempre um suplemento mineral balanceado misturado à ração em uma das refeições (cerca de 1 colher de sopa). Em dias muito quentes e úmidos ou quando o percurso for muito longo, o fornecimento de uma mistura eletrolítica durante o percurso pode ser útil.
Exercício.
O treinamento dos animais é fundamental para a resistência aos longos percursos. Comece sempre com pequenos trechos e aumente gradativamente a distância. Inicialmente 30 minutos de exercício ininterruptos ao trote ou marcha são suficientes. Esse programa deve ser mantido por até 2 semanas, quando então o tempo de trote ou marcha poderá ser aumentado para 1 hora até completar 1 mês. Após o primeiro mês, o treinamento pode se estender por até 2 horas, lembrando sempre que esses períodos dependem da temperatura ambiente e da topografia do terreno. No terceiro mês de treinamento períodos de 2 horas podem ser adicionados ao programa. No entanto intervalos de descanso de no mínimo 30 minutos devem ser garantidos.
O treinamento dos animais é fundamental para a resistência aos longos percursos. Comece sempre com pequenos trechos e aumente gradativamente a distância. Inicialmente 30 minutos de exercício ininterruptos ao trote ou marcha são suficientes. Esse programa deve ser mantido por até 2 semanas, quando então o tempo de trote ou marcha poderá ser aumentado para 1 hora até completar 1 mês. Após o primeiro mês, o treinamento pode se estender por até 2 horas, lembrando sempre que esses períodos dependem da temperatura ambiente e da topografia do terreno. No terceiro mês de treinamento períodos de 2 horas podem ser adicionados ao programa. No entanto intervalos de descanso de no mínimo 30 minutos devem ser garantidos.
Um aspecto fundamental do treinamento ou mesmo durante a cavalgada é o
acesso dos animais a água. Antigas crenças que durante o trabalho os animais não
devem beber água são completamente descabidas. Durante um dia de cavalgada um
cavalo pode perder até 30 litros de liquido pela sudorese. Além da água, grande
quantidade de sais também são perdidos e devem ser repostos ao animal através
do fornecimento de misturas eletrolíticas, na dieta e na suplementação mineral.
Grande parte desses sais pode ser reposta pela simples ingestão de capim verde.
Transporte:
O transporte de cavalos de cavalgada tradicionalmente tem sido feito em caminhões boiadeiros. Tais veículos podem perfeitamente servir a esse propósito desde que alguns cuidados sejam tomados:
Verifique se o fundo do caminhão não possui ferros soltos, buracos ou madeiras podres;
Certifique se o caminhoneiro tem experiência no transporte de cavalos; Coloque sempre proteção e liga de descanso nos membros, protetor de cauda e se possível uma capa antes de embarcar. Isso irá proteger seu animal de ferimentos comuns durante o transporte.
O transporte de cavalos de cavalgada tradicionalmente tem sido feito em caminhões boiadeiros. Tais veículos podem perfeitamente servir a esse propósito desde que alguns cuidados sejam tomados:
Verifique se o fundo do caminhão não possui ferros soltos, buracos ou madeiras podres;
Certifique se o caminhoneiro tem experiência no transporte de cavalos; Coloque sempre proteção e liga de descanso nos membros, protetor de cauda e se possível uma capa antes de embarcar. Isso irá proteger seu animal de ferimentos comuns durante o transporte.
Ferrageamento:
O ferrageamento é fundamental para o conforto do animal e mesmo do
cavaleiro durante as cavalgadas. As ferraduras devem ser colocadas pelo menos 2
ou três dias antes do início do evento para que o animal se adapte e para que
dê tempo de corrigir possíveis problemas antes da viagem. O tipo de ferradura
deve ser escolhido com base nas características individuais de cada cavalo. Em
geral as ferraduras com pinças roladas e guarda-cascos laterais são preferidas
para minimizar o esforço do membro durante a troca do passo. Ferraduras devem
ser bem apoiadas na região dos talões (parte de trás do casco) devendo ser
garantida uma extensão de até 1 cm além das bordas. Isso irá evitar a
hiper-extensão do membro, principalmente em terrenos irregulares.
A proteção da sola é outro aspecto fundamental do ferrageamento.
Contusão na sola é a principal causa de afastamento dos animais durante as
cavalgadas. Palmilhas apropriadas podem ser colocadas entre o casco e a
ferradura, impedindo a contusão da sola principalmente por pedras.
Finalmente, a utilização de serviços de ferradores profissionais deverá
garantir aos animais a colocação apropriada e a escolha do melhor tipo de
ferradura para cada tipo de terreno a ser percorrido.
Tipo de sela:
O tipo de sela para ser usada em cavalgadas deve levar em conta as preferências pessoais do cavaleiro. No entanto, o conforto do cavalo deve ser prioridade quando se escolhe uma sela para cavalgada. A sela deverá ser o mais leve possível. Além disso, o forro inferior (suador) deverá ser espesso e bem moldado para garantir uma distribuição uniforme da pressão sobre o dorso do animal.
O tipo de sela para ser usada em cavalgadas deve levar em conta as preferências pessoais do cavaleiro. No entanto, o conforto do cavalo deve ser prioridade quando se escolhe uma sela para cavalgada. A sela deverá ser o mais leve possível. Além disso, o forro inferior (suador) deverá ser espesso e bem moldado para garantir uma distribuição uniforme da pressão sobre o dorso do animal.
A manta colocada entre a sela e o animal deverá ser espessa e macia para
que absorva o impacto do cavaleiro sobre o dorso. A colocação de um couro de
cabrito curtido com os pêlos voltados para baixo (em contato com os pêlos do
animal) entre a manta e o cavalo evita a absorção de suor pela manta, evitando
o acúmulo de peso. Por fim a colocação adequada da sela é importantíssima para o bem estar
do cavalo. A sela deve colocada entre o dorso e a cernelha. A cilha deve ser colocada
cerca de 5 dedos atrás dos codilhos (cotovelos). Quando houver barrigueiras,
elas deverão ser somente ajustadas e nunca apertadas. Se apertadas, elas
prejudicarão a função dos músculos abdominais importantes para a movimentação. Antes do aperto da cilha, os dedos da mão esquerda do cavaleiro serão
introduzidos entre a manta e a cernelha do animal. Isso criará um espaço,
evitando que a borda da manta seja pressionada contra a cernelha.
** Dr. Renan Henrique dos Santos Fagundes é Médico Veterinário com
Residência em Clínica e Cirurgia de equinos pela Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE) 2012, Mestre em ciências veterinária (UFRPE) 2014,
proprietário da clínica veterinária UNIVET saúde animal em Santa Cruz do
Capibaribe.